quinta-feira, 18 de novembro de 2010

A história do sabão

As origens do asseio pessoal remontam aos tempos pré-históricos. Já que a água é fundamental para a vida, os primeiros povos da pré-história devem ter vivido perto de água e, portanto, deviam ter algum conhecimento sobre suas propriedades de limpeza - mesmo que apenas para lavar o barro das mãos.

As primeiras evidências de um material parecido com o sabão, registradas na história, foram encontradas em cilindros de barro (datados de aproximadamente 2.800 A.C.), durante escavações da antiga Babilônia. As inscrições revelam que os habitantes ferviam gordura juntamente com cinzas, mas não mencionam para que o "sabão" era usado. tais materiais foram mais tarde utilizados como pomada ou para pentear os cabelos.

Os antigos egípcios tomavam banho regularmente. O uso farmacêutico do sabão encontra-se descrito no Éber papuses (datado de aproximadamente 1.500 A.C.). Este tratado médico descreve a combinação de óleos animal e vegetal com sais alcalinos para formar um material semelhante ao sabão, usado para tratar de doenças da pele bem como para o banho.

Mais ou menos na mesmo época, Moisés entregou aos israelitas leis detalhadas sobre cuidados de limpeza pessoal. Ele também relacionou a limpeza com a saúde. Relatos bíblicos sugerem que os israelitas sabiam que a mistura de cinzas e óleo produzia uma espécie de pomada.

Aparentemente os primeiros gregos não usavam sabão. Eles limpavam seus corpos com blocos de barro, areia, pedra pomes e cinzas e, em seguida, ungiam seu corpo com óleo e raspavam o óleo e a sujeira com um instrumento de metal conhecido como estrigi. Eles também usavam óleo e cinzas. As roupas eram lavadas nos rios, sem o uso de sabão.

De acordo com uma antiga lenda romana o nome "sabão" tem sua origem no Monte Sapo, onde se realizavam sacrifício de animais. A chuva levava uma mistura de sebo animal derretido com cinzas para o barro das margens do Rio Tibre. As mulheres descobriram que usando esta mistura de barro suas roupas ficavam muito mais limpas com muito menos esforço.

Os antigos povos germânicos e gauleses também são reconhecidos como sendo descobridores de uma substância chamada sabão, feita de sebo e de cinzas. Eles usavam este material para tingir seus cabelos de vermelho.

Com a evolução da civilização romana, evoluiu também o conceito de banho. A primeira das famosas termas de Roma - com água vinda de seus aquedutos - foi construída ao redor de 312 A.C. As termas se tornaram símbolos de luxo e, muitas vezes, da decadências dos costumes. Já no século 2 D.C., o médico Galem recomendava sabão tanto para fins medicinais como para o banho.

Após a queda do império Romano e do declínio dos hábitos de banho, a Europa sentiu o impacto da sujeira sobre a saúde pública. Esta falta de asseio pessoal aliada às condições de vida insalubres, contribuíram sobre maneira para as grandes epidemias da Idade Média e, em especial, para a Peste Negra do século 14.

A fabricação do sabão era uma atividade estabelecida na Europa no início da Idade Média. As associações dos fabricantes de sabão guardavam seus segredos industriais a sete chaves. Óleos de origem vegetal e animal eram usados com cinzas de plantas e também fragrâncias. Gradativamente, uma maior variedade de sabão foi se tornando disponível para barbear e lavar a cabeça, bem como para o banho e lavagem de roupa.

A Itália, a Espanha e a França estão sempre entre os primeiros centros de fabricação do sabão. Mais tarde esta indústria também se desenvolveu na Inglaterra. Em 1.622 o Rei James I concedeu, por $100,000 ao ano, o monopólio a um fabricante de sabão. Mais tarde, o sabão sofreu uma pesada carga tributária sendo taxado como item de luxo.

O químico francês, Nicolas Leblon, deu o primeiro grande passo rumo á fabricação comercial de sabão em larga escala. Seu processo (patenteado em 1.791) utilizava sal comum para produzir barrilha (carbonato de sódio), o elemento ativo encontrado nas cinzas, que se junta à gordura para fazer o sabão. Com este processo eram geradas quantidades de soda de boa qualidade a um baixo custo.

Em meados de 1.800, o químico belga, Ernest Solvay, inventou o processo da amônia, onde também o sal comum era utilizado para fazer a soda. O processo da Solvay reduziu ainda mais o custo da soda e aumentou tanto a qualidade quanto a quantidade de soda disponível para a fabricação de sabão.

Desde 1.945 quando a MAZZONI apresentou o seu processo patenteado de secagem por atomização sob-vácuo, já são mais de 2.400 fábricas em 132 países que se utilizam de nossa tecnologia para a produção de sabão.

Fonte: www.mazbra.com.br

História do sabão

As referências mais antigas aos sabões remontam ao início da Era cristã. O sábio romano Plínio (foto ao lado) o Velho (Gaius Plinius Secundus, 23 ou 24-79 d.C), autor da célebre História Natural, menciona a preparação do sabão a partir do cozimento do sebo de carneiro com cinzas de madeira.

De acordo com sua descrição, o procedimento envolve o tratamento repetido da pasta resultante com sal, até o produto final. Segundo Plínio, os fenícios conheciam a técnica desde 600 a.C. O médico grego Galeno (130-200 d. C), que fez carreira, fama e fortuna em Roma, também descreve uma técnica segundo a qual o sabão podia ser preparado com gorduras e cinzas, apontando sua utilidade como medicamento para a remoção de sujeira corporal e de tecidos mortos da pele.

O alquimista árabe Geber (Jabir Ibn Hayyan), em manuscrito do século VIII da Era Cristã, também menciona o sabão como agente de limpeza.

No século XIII, a indústria de sabão foi introduzida na França, procedente da Itália e da Alemanha. No século XIV, passou a se estabelecer na Inglaterra. Na América do Norte o sabão era fabricado artesanalmente até o século XIX. A partir daí surgem as primeiras fábricas. No Brasil, a indústria de sabões data da segunda metade do século XIX.

Dois grandes avanços químicos marcam a revolução na produção de sabões. Em 1791, Nicolas Leblanc (1742-1806) concluiu o desenvolvimento do método de síntese da barrilha (carbonato de sódio) a partir da salmoura (solução de cloreto de sódio). Michel Eugéne Chevreul (1786-1889), entre 1813 e 1823, esclareceu a composição química das gorduras naturais. Assim, os fabricantes do século XIX puderam ter uma idéia do processo químico envolvido, bem como dispor de matéria-prima necessária.

Produção do Sabão

Atualmente, o sabão é obtido de gorduras (de boi, de porco, de carneiro, etc) ou de óleos (de algodão, de vários tipos de palmeiras, etc.). A hidrólise alcalina de glicerídeos é denominada, genericamente, de reação de saponificação porque, numa reação desse tipo, quando é utilizado um éster proveniente de um ácido graxo, o sal formado recebe o nome de sabão.

A equação abaixo representa genericamente a hidrólise alcalina de um óleo ou de uma gordura:

O ácido graxo será então neutralizado por:

1. NaOH ou Na2CO3, formando o sal R — COONa (sabões de sódio, em geral mais duros do que os de potássio);

2. KOH ou K2CO3, formando o sal R — COOK (sabões de potássio são mais moles e usados, por exemplo, em cremes de barbear);

3. Hidróxidos de etanolamina, como, por exemplo, (OH-CH2-CH2)3NHOH, formam R — COONH(CH2-CH2-OH)3 (sabões de amônio, que são em geral líquidos usados, por exemplo, em xampus).

O mais comum de todos é o sabão de sódio. O que é praticamente neutro, que contém glicerina, óleos, perfumes e corantes, é o sabonete.

Como o sabão limpa?

A água, por si só, não remove certos tipos de sujeira, como, por exemplo, restos de gordura. Isso acontece porque as moléculas de água são polares e as de gordura, apolares. O sabão exerce um papel importante na limpeza porque a molécula possui as duas naturezas, no que diz respeito à polaridade.

Podemos dizer que a cadeia apolar de um sabão é hidrofóbica (aversão pela água) e que o grupo polar é hidrófilo (afinidade pela água).

Dessa maneira, ao lavarmos um prato engordurado, gotículas de gordura são envolvidas pelas moléculas de sabão (e de detergente também). Na ciência dos colóides essa partícula, resultado da associação das moléculas de tensoativos, chama-se micela. As moléculas são orientadas com a cadeia apolar direcionada para a gordura e a extremidade polar se direciona para a água.

Vejamos agora como o sabão atua no processo de limpeza de gordura:

Diminuem a tensão superficial da água, de modo que esta possa "molhar melhor" os materiais (daí os sabões serem chamados de substâncias tensoativas, ou seja, substâncias que abaixam a tensão superficial de um líquido).

Concentram-se as partículas de óleo ou gordura em micelas coloidais, que se mantêm dispersas na água (daí os sabões serem chamados de substâncias emulsificantes ou surfactantes).

Impedem a reaglomeração das micelas, que ficam protegidas por uma película e se afastam por repulsão de cargas elétricas.

Quando o sabão não desengordura?

O sabão apresenta problemas em dois casos:

1) Quando a água utilizada tem caráter ácido, desloca o equilíbrio da reação química:

Essa reação favorece a formação do ácido graxo, que forma a gordura observada em tanques, pias e banheiras.

2) Quando a água usada é dura, isto é, contém cátions metálicos, Ca2+ e Mg2+ , que precipitam o sal de sabão:

Os sais de cálcio e/ou magnésio dos ácidos graxos são insolúveis e formam as incrustações nos tanques, pias e banheiras.

O sabão tem, sobre os detergentes, as seguintes vantagens: é fabricado a partir de matérias-primas renováveis (óleos e gorduras), é biodegradável, é mais barato, é atóxico. Nos cursos d`água é degradado por microorganismos existentes na água e evita-se a poluição.

O que são detergentes?

Os detergentes são produtos sintéticos, fabricados pela indústria petroquímica. Eles começaram a ser comercializados a partir da Segunda Guerra Mundial, quando houve escassez de matéria prima, óleos e gorduras, para a fabricação de sabão.

Os mais comuns são sais de sódio de sulfatos de alquilas de cadeia longa ou de ácidos sulfônicos também de cadeia longa; por exemplo:

Esse tipo de detergente é chamado de detergente aniônico, devido à carga associada à parte orgânica do composto. Quando a carga da parte orgânica da molécula é positiva o detergente é denominado catiônico.

Os detergentes têm desvantagens, as cadeias ramificadas não são degradadas por microorganismos, e, portanto, não são biodegradáveis.

Esses detergentes causam a formação de espuma nos rios e dificultam a oxigenação da água. Posteriormente, passou-se a usar detergentes biodegradáveis, que não apresentam esses inconvenientes e são formados por compostos orgânicos de cadeia linear, ou seja, sem ramificações o que possibilita que os microorganismos degradem essas substâncias.

Fosfatos são adubos ou fertilizantes das plantas e, quando atingem as águas dos rios e lagos, acabam provocando um crescimento exagerado de certas algas e plantas aquáticas (eutroficação), que também consomem boa parte do oxigênio da água. Isso acaba por impedir a existência de outras formas de vida, inclusive a dos peixes. Atualmente, os fosfatos estão sendo substituídos, ao menos em parte, por carbonato de sódio, silicato de sódio, citrato de sódio e outras substâncias menos nocivas.

Normalmente os detergentes vendidos no comércio possuem a seguinte composição o detergente propriamente dito.

Fosfatos, como por exemplo, o trifosfato de sódio (Na5P3O10), que agem como substância básica, neutralizando a eventual acidez da água e ainda ajudando na ação de seqüestrar os cátions Ca2+ e Mg2+, que existem em águas duras.
Outras substâncias:
bórax (Na2B4O7 . 10 H2O), para tirar odores.
descorantes (como NaClO), para tirar manchas enzimas, para eliminar manchas de proteínas, de manteiga, ovos, etc.
anticorrosivos das máquinas de lavar roupa (como Na2SiO3).
perfume
compostos fluorescentes(ou também denominados de branqueadores ópticos), que em geral absorvem a luz ultravioleta, emitindo uma luz azulada que disfarça o amarelado das roupas, dando "o branco mais branco". Note que essa substância não elimina, mas apenas "camufla" a cor amarela.

Falando um pouco sobre a glicerina

A glicerina (ou glicerol) é um subproduto da fabricação do sabão. Por esse motivo, toda fábrica de sabão também vende glicerina. Ela é adicionada aos cremes de beleza e sabonetes, pois é um bom umectante, isto é, mantém a umidade da pele. Em produtos alimentícios ela também é adicionada com a finalidade de manter a umidade do produto e aparece no rótulo com o código "umectante U.I".

Os umectantes como, por exemplo, a glicerina, interagem com a superfície do material que se deseja umectar (pele, cabelo, produto alimentício) e também com a água. A interação com a água ocorre por meio de ligações de hidrogênio (representadas pelas linhas pontilhadas na imagem acima).

Outra utilidade da glicerina é na fabricação do explosivo conhecido como nitroglicerina.